

O Ibovespa hoje fechou em baixa alinhado à queda generalizada nos mercados globais após Israel atacar o Irã. Aviões de guerra israelenses bombardearam Teerã em uma operação que, segundo Tel Aviv, tinha como objetivo paralisar seu programa nuclear.
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O Ibovespa hoje fechou em baixa alinhado à queda generalizada nos mercados globais após Israel atacar o Irã. Aviões de guerra israelenses bombardearam Teerã em uma operação que, segundo Tel Aviv, tinha como objetivo paralisar seu programa nuclear.
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Nesta sexta-feira (13), o principal índice da Bolsa brasileira perdeu 0,43%, a 137.212,63 pontos. Mesmo nesse cenário conturbado, o dólar hoje fechou em queda, perto da estabilidade, a 0,02%, a R$ 5,5417 na venda. Já as Bolsas dos EUA terminaram no vermelho. O Dow Jones recuou 1,79%, o S&P 500 caiu 1,13% e o Nasdaq teve baixa de 1,3%. O índice de volatilidade VIX — espécie de “termômetro do medo” — disparou 15,54%, a 20,82 pontos. Durante a madrugada, o índice chegou a saltar cerca de 20%, a 22 pontos, seu nível mais alto em quase duas semanas.
O ataque aumentou os temores de uma guerra total entre duas das forças armadas mais poderosas do Oriente Médio. O preço do barril de petróleo chegou a subir 11% na madrugada. No fechamento, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho encerrou em alta de 7,26%, enquanto o Brent para agosto, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 7,02%. No acumulado da semana, o WTI disparou 13% e o Brent, 12%.
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Com isso, as ações da Petrobras (PETR4) avançaram 2,46% a R$ 32,53. Outras petroleiras também se saíram bem, como Petrorecôncavo (RECV3) e Prio (PRIO3), que subiram 2,71% e 1,76%, respectivamente.
Mídias iranianas reportaram ataques em várias cidades, incluindo Teerã. Diversos prédios residenciais na capital foram atingidos, incluindo em um bairro onde vivem vários oficiais militares de alta patente. O comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, general Hossein Salami, estava entre os mortos. A televisão estatal reportou que a defesa aérea iraniana estava em “capacidade operacional de 100%”.
A operação ocorre em meio às negociações entre Irã e EUA sobre o programa nuclear iraniano — uma nova rodada estava marcada para domingo, em Omã. Teerã já havia confirmado participação. Ao anunciar o ataque, o exército israelense afirmou, sem apresentar provas, que o Irã agora possui material de alta qualidade suficiente para construir várias bombas e por isso precisava agir contra a “ameaça iminente”.
O governo do Irã afirmou que Israel e Estados Unidos vão “pagar caro” pelo ataque lançado por Israel. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberá “um destino amargo” e a ação revela a “natureza perversa” de Tel Aviv. Ele salientou que comandantes e cientistas foram mortos no ataque, mas que sucessores logo assumirão as funções e darão continuidade ao trabalho.
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O general Effie Deffrin, porta-voz do Exército de Israel, alegou que o Irã lançou mais de 100 drones sobre o território israelense nas últimas horas, em retaliação ao ataque desta sexta-feira que atingiu Teerã e outros alvos iranianos. “Todos os sistemas de defesa estão agindo para interceptar as ameaças”, pontuou Deffrin.
Em nota, o time do Bradesco Global Private Bank afirmou que, embora ainda haja muitas incertezas neste momento, o cenário geopolítico atual reflete um mundo em constante transformação, em que conflitos tendem a ocorrer com frequência crescente. Segundo o banco, a resposta de cada lado – e de seus respectivos aliados – será determinante nas próximas semanas, com potenciais impactos relevantes sobre os preços globais de energia e os prêmios de risco dos ativos financeiros.
“Nesse contexto, reforçamos a importância da diversificação geográfica como um dos principais pilares de nossa filosofia de investimentos. Ainda que não seja nosso cenário-base, uma intensificação dos conflitos pode aumentar substancialmente a demanda global por dólares americanos, dado seu papel predominante como moeda de financiamento internacional”, destaca.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à emissora Fox News que estava a par de que Israel lançaria ataques contra o Irã antes que eles acontecessem, e ressaltou que o país islâmico “não pode ter uma bomba nuclear”. “O Irã não pode ter uma bomba nuclear e esperamos voltar à mesa de negociação”, disse o republicano, segundo a Fox News.
A Fox News também informou que “Trump destacou que os Estados Unidos estão prontos para se defender e defender Israel se o Irã adotar represálias”.
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A emissora acrescentou que o governo Trump entrou em contato com pelo menos um aliado-chave no Oriente Médio para confirmar que o ataque aconteceria, mas reiterou que os Estados Unidos não estavam envolvidos, como afirmado ontem pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Em sua rede social, o presidente americano também criticou o Irã por ainda não ter fechado um acordo sobre seu programa nuclear, horas depois de Israel atacar Teerã. “Dei ao Irã uma chance após a outra para fechar um acordo”, escreveu Trump nesta sexta-feira na Truth Social. “Eu disse a eles, com a maior veemência, para ‘simplesmente irem em frente’, mas não importa o quanto tentassem, não importa o quão perto chegassem (de um acordo), eles simplesmente não conseguiram”, acrescentou.
Na postagem, Trump também sinalizou que mais ataques ao Irã foram “planejados” e que serão ainda “mais brutais”. “Já houve mortes demais e grande destruição, mas ainda há tempo de fazer essa matança chegar ao fim”, afirmou. Trump solicitou ainda que o Irã feche um acordo “antes que não sobre nada para salvar o que antes era conhecido como Império Iraniano”.
O contrato mais líquido do ouro fechou em forte alta nesta sexta-feira, impulsionado pela busca por ativos seguros diante da escalada de tensões no Oriente Médio.
O acirramento do conflito entre Israel e Irã e as perspectivas de mais atos retaliatórios, colocaram o mercado em modo de aversão a risco, com o metal sendo um dos principais beneficiários, encerrando uma semana de ganhos. O contrato de ouro com vencimento em agosto avançou 1,48% na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), encerrando o dia a US$ 3.452,8 por onça-troy. Na semana, o metal teve variação positiva de 3,17%.
As bolsas europeias fecharam em baixa nesta sexta-feira, após Israel atacar instalações nucleares no Irã, deflagrando um movimento global de aversão a risco. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em queda de 0,89%, a 544,94 pontos.
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O bom desempenho de petrolíferas, por outro lado, ajudou a limitar as perdas, uma vez que as cotações do petróleo saltaram até mais de 10% durante a madrugada, em reação ao ataque israelense. No mercado inglês, as britânicas BP e Shell tiveram respectivos ganhos de 1,79% e 0,88%. Em Lisboa, a portuguesa Galp subiu 0,54%.
A Bolsa de Londres caiu 0,39%, a de Paris recuou 1,04% e a de Frankfurt perdeu 1,14%. As de Milão e Lisboa, por sua vez, tinham respectivas quedas de 1,28% e 0,69%. Em Madri, o Ibex35 cedeu 1,27%.
As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta sexta-feira, à medida que um ataque de Israel contra o Irã deflagrou um movimento global de aversão a risco.
O índice japonês Nikkei caiu 0,89% em Tóquio, a 37.834,25 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,59% em Hong Kong, a 23.892,56 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 0,87% em Seul, a 2.894,62 pontos, e o Taiex registrou perda de 0,96% em Taiwan, a 22.072,95 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,75%, a 3.377,00 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda mais expressiva, de 1,31%, a 2.001,06 pontos.
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Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo segundo pregão consecutivo, com baixa de 0,21% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 8.547,40 pontos.
*Com informações do Broadcast
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