Ibovespa hoje em tendência de alta. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje reverteu a tendência de queda da abertura do pregão e renovou sua máxima histórica nesta segunda-feira (19) após as falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de que o BC está firme no combate à inflação. O índice destoou do mercado internacional, que teve dia turbulento após dados fracos do varejo chinês e da nota de crédito dos Estados Unidos ser rebaixada pela Moody’s.
O principal índice da Bolsa de Valoresbrasileira subiu 0,32%, aos 139.636,41 pontos, depois de chegar a alcançar valor ainda mais alto, aos 140.203,05 pontos. Em evento em São Paulo, Galípolo disse que a desancoragem das expectativas justifica a manutenção dos juros em terreno restritivo por período mais prolongado do que o normal. O sinal de responsabilidade com a convergência da inflação à meta foi bem recebido. Ele disse que não há qualquer debate sobre mudança da meta de inflação. “Está se mostrando cada vez mais técnico, sem interferências políticas. Isso é positivo”, diz o estrategista chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
As bolsas de Nova York encerraram em alta, depois de ficarem mistas pela manhã. Dow Jones subiu 0,31%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq tiveram ganhos de 0,09% e 0,02%, respectivamente. O cenário negativo nos EUA é desenhado enquanto investidores digerem o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s de ‘Aaa’ para ‘Aa1’.
Segundo informações do Broadcast, o fato deve aumentar a pressão para o país cortar gastos em meio à votação do orçamento proposto pelo governo de Donald Trump. Por outro lado, o movimento pode ampliar os impactos da guerra comercial no mercado de Treasuries (títulos de dívida pública americana), levando investidores globais a exigirem mais prêmio para financiar a dívida da maior economia do mundo.
Ao perder o status ‘AAA’ pela Moody’s, os Estados Unidos deixam um seleto grupo que inclui a União Europeia, Canadá e Alemanha, juntando-se a países como Áustria e Finlândia, que também são classificados com ‘Aa1’ pela agência. A S&P Global Ratings puxou a fila do movimento, rebaixando os EUA em 2011, e foi seguida pela Fitch Ratings, em 2023.
No mercado de câmbio doméstico, o rebaixamento da nota de crédito dos EUA provocou uma queda generalizada do dólar hoje, que recuou em relação a outras divisas fortes. Em comparação com o real, a moeda fechou em queda de 0,25%, a R$ 5,6552.
Na opinião de Rodrigo Aloi, chefe de pesquisa e estratégia da HMC Capital, no entanto, o impacto estrutural da decisão da Moody’s sobre a tese de investimento nos Estados Unidos é bastante “limitado”. “Ao contrário da maioria dos países, os EUA emitem e pagam suas dívidas na própria moeda – o dólar, que por sua vez é a principal moeda de reserva global. Isso significa que o risco de calote técnico, comum em países que se endividam em moeda estrangeira, simplesmente não se aplica da mesma forma”, diz.
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Já Luis Ferreira, CIO para Américas do EFG Capital, acredita que o investimento em dólar continua fazendo sentido. “A moeda norte-americana permanece como a principal reserva de valor global”, diz. “Além disso, o juro médio dos ativos em dólares é superior ao observado em moedas como o euro, franco suíço e iene japonês”, acrescenta.
Gripe aviária e panorama corporativo pesam no Ibovespa hoje
No Brasil, a gripe aviária causou turbulência nos mercados após o Japão confirmar que vai suspender as importações de aves vivas do Rio Grande do Sul. O surgimento de casos de gripe aviária no Brasil levou a uma debandada na compra de aves brasileiras por diversos países, como China, Argentina, Uruguai, México, Chile e União Europeia (UE). Nesta reportagem, analistas ouvidos pelo E-Investidor comentam quais empresas podem ser impactadas por essa barreira.
As ações dos frigoríficos operaRAm com sinais invertidos e tocando extremos. JBS subiu 3,06%, a maior alta do Ibovespa, enquanto Marfrig caiu 6,42%, a maior queda do índice. Minerva (BEEF3) também subiu 0,19%, enquanto BRF (BRFS3) operou com baixa de 1,35%. Segundo operadores, Marfrig sofre com o cenário de gripe aviária no País, enquanto JBS se beneficia de relatório favorável do JPMorgan.
Ainda no cenário corporativo, o investidor também ficou atento àAzul (AZUL4), que respondeu ao questionamento da B3 se poderia entrar em recuperação judicial nos EUA, dizendo que “monitora alternativas”. Os papéis da companhia recuaram 1,8% nesta segunda-feira.
Fora do Ibovespa, atenção também para a Motiva (MOTV3), que contratou assessores para a venda de seus aeroportos e a Light (LIGT3), que iniciou um programa de recompra de ações.
Petróleo fecha em alta na sessão
Os contratos futuros de petróleo se recuperaram ao longo do dia e encerraram esta segunda-feira em terreno positivo, em meio à melhora das expectativas para a demanda global e as preocupações com um aumento adicional dos estoques da commodity devido a um possível acordo nuclear entre os Estados Unidos e o Irã.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho subiu 0,27%, fechando a US$ 62,14 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,20%, para US$ 65,54 o barril.
Ouro também sobe
A cotação do ouro fechou em alta de mais de 1% nesta segunda-feira (19), impulsionada pela fraqueza do dólar e pela busca por ativos de refúgio, após a Moodys rebaixar a nota de crédito do governo dos Estados Unidos.
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Na Comex, divisão de metais da Nymex, o contrato do ouro para entrega em junho avançou 1,45%, encerrando cotado a US$ 3.233,5 por onça-troy.
Bolsas europeias ficam mistas com pessimismo global
As bolsas europeias encerraram a sessão desta segunda-feira em terreno misto, com os investidores digerindo o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Moody’s, a revisão para baixo das projeções de crescimento da zona do euro e o anúncio de um novo acordo comercial entre União Europeia e Reino Unido.
A UE também reduziu sua projeção para a inflação do bloco em 2026, de 1,9% a 1,7%, nível consideravelmente abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). Mais cedo, a Eurostat confirmou que a taxa anual do I da zona do euro se manteve em 2,2% em abril.
Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,17%, aos 8.699,31 pontos, na máxima do dia. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,70%, a 23.934,98 pontos. Já o CAC 40, em Paris, recuou 0,04%, aos 7.883,63 pontos, na máxima do dia. O FTSE MIB, de Milão, teve queda mais acentuada, de 1,20%, aos 40.166,77 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 registrou alta de 0,19%, aos 7.249,88 pontos, enquanto o Ibex 35, de Madri, avançou 0,25%, a 14.099,00 pontos.
Mercados asiáticos recuam com dados da economia chinesa
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa nesta segunda-feira, à medida que investidores digeriram dados mistos de indústria e varejo da China e o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s.
Liderando as perdas na Ásia, o índice Taiex caiu 1,46% em Taiwan, a 21.523,83 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 0,89% em Seul, a 2.603,42 pontos, o japonês Nikkei cedeu 0,68% em Tóquio, a 37.498,63 pontos, e o Hang Seng teve perda marginal de 0,05% em Hong Kong, a 23.332,72 pontos.
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Na China continental, o índice Xangai Composto ficou estável, em 3.367,58 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,33%, a 1.993,14 pontos.
A última rodada de indicadores chineses evidenciou que a produção industrial cresceu mais do que o esperado em abril, mas as vendas no varejo avançaram em ritmo mais lento do que o previsto.
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o viés negativo da Ásia e ficou no vermelho, interrompendo uma sequência de oito pregões de ganhos. O S&P/ASX 200 caiu 0,58% em Sydney, a 8.295,10 pontos. Para mais informações sobre o Ibovespa hoje, clique aqui.